Defender os hospitais <br>de Lisboa

Modesto Navarro

O Hospital de Todos-os-Santos não deve ser a ponta de lança para destruir hospitais como o São José, Capuchos, Santa Marta, Miguel Bombarda, Curry Cabral e Estefânia.

A chamada Colina de Santana é objecto de ataque para a especulação urbanística. O Estado vendeu ao Estado (à ESTAMO) estes hospitais; o Estado paga rendas de milhões à ESTAMO, que é uma empresa do Estado – Ministério das Finanças. A tramóia foi criada para baixar o défice, com a entrada fantasma dos milhões de euros que o Estado (ESTAMO) pagou, entre aspas, ao Governo PSD/CDS, ou seja ao Estado, pelo património. Não houve milhões, mas houve invenções para ajudar o Governo a mentir a quem já sabia o que se ia passar, a troika e outros interessados.

A ESTAMO e a Câmara Municipal de Lisboa avançam com um ante-projecto que é propagandeado para ajudar o Governo a encerrar hospitais de referência, onde o Estado investiu muito dinheiro e que estão em condições de servir a população de Lisboa, da região e para além da região, como acontece.

A população da chamada Colina de Santana vive em más condições, como vive a grande maioria da população de Lisboa e da Área Metropolitana.

O Governo e a Câmara lutam contra isso? A Câmara promove iniciativas para defender os interesses de quem habita nos bairros e nas freguesias? Ou promove e ajuda projectos contra Lisboa, a sua identidade e património?

Questões e propostas

O Governo deve prestar serviço público na saúde em hospitais que foram renovados e são essenciais para Lisboa e para a região. Impedir a degradação dos edifícios e mantê-los no seu funcionamento normal. Preservar o património edificado e imaterial ligado à história da saúde e da medicina.

A Câmara Municipal deve trabalhar na defesa do população de Lisboa, na reabilitação urbana e não na expulsão dos actuais moradores; combater a lei das rendas; qualificar o espaço público e popular, com equipamentos necessários à população residente.

O projecto da agora chamada Colina de Santana interessa ao Governo PSD/CDS, à ESTAMO, aos grandes grupos imobiliários e financeiros, com a construção de condomínios de luxo, hotéis de charme e silos-auto. É esse o projecto que a Câmara apoia?

Onde está a construção de habitação a preços acessíveis, em terrenos municipais? Porquê a extinção da EPUL – um dos poucos travões à especulação imobiliária, que era promotora e construtora de habitação sobretudo para jovens?

Combatemos o ataque do Governo ao direito à saúde, com a desactivação dos hospitais. Basta de ameaças e desemprego para os profissionais da saúde e cortes para a população de Lisboa.

Quem quer destruir o que resta de serviço público na cidade? Quem prejudica o emprego, as pequenas e médias empresas, e quer ver Lisboa nas mãos dos agiotas e elites, dos que têm muito dinheiro para comprarem casas em zonas que são identitárias e dão razão de ser a Lisboa?

Que modelo e caminhos estão a ser seguidos entre o G overno PSD/CDS-PP e a Câmara Municipal PS e de António Costa? A Assembleia Municipal e a Câmara Municipal devem defender Lisboa e os lisboetas em primeiro lugar e sempre.




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